Ninguém nasce sabendo!
Esta frase é tão óbvia – mas tão óbvia – que ninguém se interessa em investir o seu precioso tempo para se aprofundar no que ela poderá representar para a qualidade da sua vida pessoal, e muito menos nos estragos que poderá causar à sua vida profissional.
Se você não nasceu sabendo, a ordem natural das coisas é que continue não sabendo, a não ser que faça alguma coisa para mudar essa situação. Enquanto não assumir que não sabe e precisa aprender, você continuará da mesma forma que nasceu – ignorante.
Para as pessoas consideradas normais, o aprendizado pode vir de duas maneiras:
Pelo amor – para aqueles que, de forma proativa, utilizam suas intuições e experiências para analisar os fatos, antever acontecimentos, e se preparar para enfrentá-los.
Pela dor – para quem age de forma reativa e não se prepara antecipadamente para enfrentar os acontecimentos. Quando os fatos acontecerem, ele irá enfrentá-los com as armas que possui, na grande maioria das vezes desatualizadas e ineficazes.
Decidi escrever este artigo ao ler a seguinte notícia:
Grandes banqueiros admitem erros que levaram à crise – Os dirigentes de quatro dos maiores bancos americanos admitiram erros que levaram à crise financeira global, ao serem ouvidos por uma comissão especial que analisa a crise econômica.
Alguns comentários dos banqueiros americanos:
· Se ignorarmos a história, estamos condenados a repeti-la.
· Um dos problemas foi que muitas instituições financeiras e investidores em vez de realizar suas próprias análises, confiaram nas agências classificadoras para que fizessem por elas o trabalho essencial de análise de risco.
· Isto foi assim desde o começo e durante o período de investimento, tempo durante o qual não prestaram atenção a nenhum indicador de deterioração financeira.
Parece impossível, mas alguns dos mais importantes banqueiros americanos, que têm poder para direcionar o rumo da economia mundial, preferiram aprender pela dor a tomar as devidas providências no momento certo.
Que lições é possível tirar de tudo isso, e o que fazer para não incorrer no mesmo erro?
· Fique de olho nos fatos – Os acontecimentos não ocorrem do dia para a noite. Habitue-se a ler e escutar notícias e comentários de analistas com espírito investigativo. Você já ouviu dizer que onde há fumaça, há fogo, não ouviu? Pois então fique atento a essa fumaça. Se você perceber que a fumaça está se transformando em labaredas, não espere para ver se aparece um bombeiro salvador que apague o incêndio. Trate de proteger a si e ao seu patrimônio.
· Enfrente o medo – É natural que você tenha medo de enfrentar o problema. Mas não fuja dele. O melhor momento para apagar um incêndio é enquanto não passa de pequena labareda. Depois que tomar proporções gigantescas, o jeito é esperar o rescaldo e ver o que sobrou.
· Controle o EGO – Excesso de confiança pode acabar em desastre. Muitas pessoas possuem um EGO tão inflado, que se julgam capacitadas para resolver todo e qualquer problema. Você pode imaginar o tamanho do ego dos banqueiros americanos? Mas de nada adiantou! Ego, por maior que seja, não resolve problemas. Que o diga a economia mundial que até hoje sofre as consequências e luta para se recuperar.
· Faça parte da inteligência empresarial – Muitos profissionais se escondem na hora das crises. Talvez o medo de que se lembrem dele na hora dos cortes faz com que permaneçam nas suas zonas de conforto, longe do calor da fogueira. Assuma a sua posição de fato e de direito como parte integrante da inteligência empresarial. Se você é vendedor e atua no campo, fique de olhos e ouvidos bem abertos para o que os clientes dizem, para o que a concorrência faz, enfim, para tudo que achar digno de ser relatado. Quanto mais rápido essas informações chegarem aos gestores, mais rapidamente a empresa tomará decisões que a protejam dos efeitos de uma possível crise.
Aprender com erros poderá ser mais eficaz, mas muito doloroso. Porque você não adota uma postura mais proativa? Sabe o que você poderá fazer em relação à sua vida profissional, por exemplo?
· Faça uma análise de onde pretende estar daqui a 5 anos.
· Veja o que precisa aprender para alcançar esse objetivo.
· Planeje qual a melhor forma de adquirir esses conhecimentos.
Quando você chegar lá, com certeza ainda existirá algo a ser aprendido pela dor. Mas, com toda certeza, o sofrimento será infinitamente menor do que se tivesse deixado para aprender tudo de uma vez.
FONTE:
(Luiz Viegas, Consultor de Produtividade e Comportamento, https://www.workshop.com.br)